terça-feira, 6 de setembro de 2011

"Procura-se Governador de Minas"

                 Análise do boletim divulgado pelo Sindute-MG no dia  13. 06.2011

O presente texto  possuiu a finalidade de apresentar uma análise do   boletim de nº 34, do Sindicato Único dos Trabalhadores de Minas Gerais, veiculado no portal do SINDUTE MG, no dia 13 de junho de 2011, com o título “Subsídio é bom para quem?”, impresso e divulgado  na mídia dando ênfase  ao modelo de remuneração que  não deu certo, e foi apresentado aos servidores públicos da educação. Aqui serão apresentadas também informações divulgadas na imprensa e na internet, abordando o tema do trabalho e os atores, ou sujeitos envolvidos na construção discursiva. Contudo, serão utilizadas as teorias de  Charaudeau que  “não deixam, em momento algum, de caracterizar esses sujeitos dos discursos como seres socialmente situados, portadores de identidades e de recursos específicos que os condicionam na definição de seus cursos de ação”.
Boletim do Sindicato Único dos trabalhadores  em Educação de Minas Gerais

Análise do boletim divulgado no dia  13. 06.2011



Verificando a parte superior do boletim em estudo, visualizam-se duas cores que se destacam no design. A vermelha presente na ponta do lápis menor,  desenha um triângulo, simbolizando a logo-marga do Sindicato, além de remetermos ao mesmo símbolo presente na bandeira de Minas Gerais.
A cor azul nos lembra a cor da bandeira da  Inconfidência Mineira, que por sua vez é constituída também por quatro triângulos e  pela cor vermelha . De acordo com os estudos da história de Minas, para “Tiradentes, o triângulo centrado na bandeira simbolizava a Santíssima Trindade, e, segundo muitos, os ideais pregados pela Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.  Com isto percebemos a construção semiótica do boletim com traços históricos especificamente mineiros.
Um dos ícones que aparece no cabeçalho do boletim  é um livro aberto com um globo sobreposto logo acima, o site, o movimento das aspas podem ser  explicados da seguinte maneira:
 a criação do Livro corresponde ao saber/conhecimento, o Globo significa que esse livro leva conhecimento a todos os cantos do planeta e a disposição do site do Sind-UTE/MG à frente sugere que neste espaço a pessoa vai conhecer uma vasta disposição de conteúdo ligado à educação disponibilizado pelo Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Minas Gerais. O movimento das aspas sinaliza a transmissão de diálogo, velocidade no tempo dessa comunicação.  A carta/@  significa o movimento estilo aspas e o email do Sind-UTE/MG. A carta é indicativo de correspondência (forma com que as pessoas se comunicam, e é uma simbologia de conhecimento universal, o @  é utilizado para dizer que essa comunicação pode ter também esse espaço, que é o virtual. Por fim o movimento das aspas sinaliza transmissão de diálogo, velocidade no tempo dessa comunicação.
                                   (Disponível em 13.06.2011 http://www.sindutemg.org.br/novosite/index.php)
No boletim vemos claramente   a caricatura usada como recurso de linguagem, presente nos  textos verbais e não verbais. Segundo os grandes estudiosos,  historicamente a palavra caricatura surgiu da língua italiana, especificamente da palavra “caricare (carregar, no sentido de exagerar, aumentar algo em proporção”) e é considerada:

um desenho de um personagem da vida real, tal como políticos e artistas. Porém, a caricatura enfatiza e exagera as características da pessoa de uma forma humorística, assim como em algumas circunstâncias acentua gestos, vícios e hábitos particulares em cada indivíduo. A caricatura é a mãe do expressionismo, onde o artista desvenda as impressões que a índole e a alma deixaram na face da pessoa. A distorção e o uso de poucos traços são comuns na caricatura. Diz-se que uma boa caricatura pode ainda captar aspectos da personalidade de uma pessoa através do jogo com as formas. É comum sua utilização nas sátiras políticas; às vezes, esse termo pode ainda ser usado como sinônimo de grotesco (a imaginação do artista é priorizada em relação aos aspectos naturais) ou burlesco.

Conforme a  definição  histórica do desenho intitulado “caricatura”, e a  associação  ao objeto de análise acima, pode-se perceber que o ator presente na caricatura é uma personalidade real e  possui uma vida política ativa, característica muito presente nas caricaturas. Percebe-se no desenho a utilização da sátira, ou seja, “uso de ironia ou de sarcasmo para atacar alguma forma do comportamento humano”,  da personagem, “desvendando  impressões da sua índole” diante de algumas de sua atitudes perante a um determinado período  enfrento pela do classe dos  Educadores de Minas e defendida pelo Sindicato Único dos trabalhadores  em Educação de Minas Gerais.
Também pode ser observado  que o desenho foi muito bem construído de forma a captar aspectos da personalidade” do ator principal da cena exibida no boletim 34.    
Ao analisarmos  a construção discursiva “PROCURA-SE”, nota-se que:
Esta se constitui por duas palavras, sendo a primeira um verbo no modo indicativo aparecendo na 3ª. pessoa da conjugação verbal, com a conotação de  alguém estar sendo procurado por algum ato cometido ilegalmente. E isto se explica com o término da leitura do texto que menciona o motivo pelo qual o indivíduo (o governador)  está sendo procurado, ou seja,  acredita-se  que  ele  está “fora da lei”, quebrando o contrato estipulado  pelo  STF( Supremo Tribunal Federal) de efetuar o pagamento do novo Piso Salarial.  Na caricatura e no texto construído, vê-se claramente que o sujeito procurado  assume a identidade social de Governador de Minas Gerias
Se refletirmos sobre a construção discursiva que segue na caricatura “GOVERNO DE MINAS FORA DA LEI”, percebe-se  o discurso implícito no texto, pois o sujeito enunciador menciona sobre a infração cometida pelo Governo ao descumprir a determinação do Supremo Tribunal Federal, julgada no dia 06 de abril deste ano, determinando a obrigatoriedade do cumprimento da lei instituída para o pagamento do novo Piso Salarial Profissional Nacional aos profissionais da educação, de acordo com o texto abaixo:
Conforme demonstra o Sindicato, “o Governo do Estado não cumpriu o que assinou”.

De acordo com a Lei Federal 11.738, artigo 2º:
§ 1º O Piso Salarial Profissional Nacional é o valor abaixo do qual a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão fixar o vencimento inicial das carreiras do magistério público da educação básica, para a jornada de, no máximo, 40 (quarenta) horas semanais.

                     (Sindute, Boletim do dia 16.06.2011.)



Observando o segundo discurso escrito e inserido no boletim 34, “ PAGUE JÁ O PISO SALARIAL PROFISSIONAL”, verifica-se a construção discursiva, com o verbo ( PAGUE) no modo imperativo. Isto demonstra uma ordem transmitida ao Governo Estadual  e não acatada pelo chefe do Estado, porque Minas  “paga o pior salário  da Educação do país”, de acordo com o Sindicato e com os dados apurados, conforme  pesquisa , Minas está em 27º lugar pagando o pior piso salarial do Brasil, R$ 369,89.
Contudo, acredita-se que ainda há  justiça e que ela  está a favor de todos, inclusive  da classe dos professores. É nela que se deposita confiança  para modificar esta situação do piso salarial em Minas, e cobrar  do governador o imediato cumprimento da lei para o pagamento no novo piso aprovado elo Supremo Tribunal Federal no dia 24 de agosto de 2011.
Andréia

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